quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Zipper Catches Skin - Alice Cooper (1982)

Estamos em 1982 e Alice Cooper já está com seu décimo quarto álbum, Zipper Catches Skin, um disco conhecido por ser ao mesmo tempo seco, enérgico e eclético. Inventivo, o disco explora uma mistura de Hard Rock, Pop Rock, Garage, Punk Rock e algumas influências Post-Punks.
Os grandes destaques do disco são certamente os riffs e as letras, a maioria delas genialmente sarcásticas e cômicas.
É o segundo dos chamados "blackouts albuns" de Alice Cooper, álbuns que Alice gravou mas não se lembra de nenhum dos detalhes da gravação pelo abuso de álcool e outras substâncias que utilizava largamente. Os outros dois discos dessa "fase" são o Dada e o Special Forces.

O disco abre com Zorro's Ascent, com excelentes riffs, e segue com Make That Money, uma música mais puxada para o Hard Rock, muito boa também. A música seguinte, I'm the Future, vale um comentário mais específico à parte. Ela esteve presente em um dos dois singles desse disco e foi escrita por Gary Osborne e Lalo Schifrin para trilha sonora do filme canadense "Class of 1984" (um filme bem interessante, diga-se de passagem). Trata-se de uma semi-balada Pop com bastante uso de sintetizadores. A quarta música é No Baloney Homosapiens, uma música que vai te remeter um pouco à fase setentista de Alice, algo entre o disco Billion Dollar Babies (1973) e o Lace and Whiskey (1977).  Adaptable segue a linha Hard Rock de Make That Money, um pouco mais melódica, com um refrão bastante grudento e, também, ótimos riffs. I Like Girls, uma das minhas preferidas, segue com um andamento meio Rockabilly. Remarkably Insincere é um Hard mais puxado para o Punk, lembrando um pouco a fase do From the Inside (1978).  Tag, You're It dá sequência ao disco com uma interessante base de riffs e vozes meio sussurradas. I Better Be God é a melhor música do disco, com uma abertura de riffs interessantíssimas que lembram de longe Phantom of the Opera do Iron Maiden, e um andamento totalmente puxado para um Rock setentista típico de bandas como Nazareth. I'm Alive encerra o disco na mesma linha de Adaptable e Remarkably Insincere.
Resumindo, pode não ser uma obra prima mas é certamente um bom disco de Rock. Uma prova que Alice Cooper conseguiu sempre manter sua criatividade em evidência, mesmo nas piores fases de sua vida.

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