Lançado em 1974 Stormbringer é o nono disco de estúdio do Deep Purple.
Não se trata de um disco fácil para quem é acostumado com algumas características da banda, a surpresa do disco é inserir elementos de Funk e Soul nas músicas. Essa mistura pode soar interessante para alguns e um pouco decepcionante para outros. Ritchie Blackmore está entre esse "outros". Ele se incomodou bastante com o andamento do disco pois nunca foi muito entusiasta dos estilos. É, inclusive, o disco que vai marcar a sua saída da banda. Depois da turnê européia de divulgação do álbum, Blackmore deixa o grupo em 7 de abril de 1975 para formar o Rainbow com alguns membros do Elf, o vocalista Ronnie James Dio (vocês devem conhecer), o tecladista Mickey Lee Soule, o baixista Craig Gruber e o baterista Gary Driscoll.
Talvez o disco realmente possa ser visto como "morno" pois ele saiu logo depois do fantástico Burn, ainda no mesmo ano. Isso pode ter dado ao disco uma espécie de "aura" de sobras do disco anterior.
Isso não quer dizer que é um disco ruim, muito pelo contrário, se toda "sobra" fosse assim tão boa eu estaria muito feliz.
No entanto as comparações são inevitáveis, enquanto Burn é um disco feroz e agressivo o Stormbringer é um disco mais suave.
Algumas músicas tem um andamento lento e relaxante, que não explodem em fúria e dramaticidade, como se espera do Deee Purple, algo como Child in Time. Músicas como Love Don't Mean a Thing, The Gypsy e Holy Man, podem entendiar os mais afetos ao peso e a famosa "pegada" da banda.
Se você conseguir não criar expectativas "deep-purpleanas" nas músicas você conseguirá curtir o disco melhor.
É um disco com outra proposta e deve ser visto como tal.
Se quiser ouvir o Burn escute-o, é simples. A única coisa que você conseguirá identificar de "resquício do Burn" por excelência é Lady Double Dealer e High Ball Shooter que seguem as linhas antes desenhada nas músicas You Fool No One e What's Going on Here.
Holy Man e You Can’t Do It Right (With The One You Love), por exemplo, tem uma clara pegada de Soul nunca antes explorada pela banda, especialmente nas linhas vocais, e Funk, nas linhas instrumentais, e o resultado é interessantíssimo. É um sacrilégio cogitar a menor possibilidade de considerá-las músicas ruins.
Discordo fortemente. É um disco brilhante. Eu destaco todas as músicas e rejeito qualquer análise feita com base no disco anterior sendo que não há, sequer, a mesma proposta. Dado isso, sim, considero Stormbringer um clássico.
Curiosidades:
A capa
A imagem de capa de Stormbringer é baseada numa foto famosa. Em 8 de Julho de 1927 um tornado passou perto da cidade de Jasper (no Estado americano de Minnesota) e foi fotografado por uma moça chamada Lucille Handberg. Uma foto magnífica. Veja abaixo.
A imagem, que por si só já nasceu imortalizada, conseguiu consagrar-se de vez na capa do disco não apenas do Deep Purple, Stormbringer, mas também na capa do disco Tinderbox, de Siouxsie and the Banshees.
O título
Stormbringer é o nome de uma espada mágica descrita em diversos romances de Michael Moorcock, um escritor britânico de ficção-científica e fantasia. Coverdale (que era o co-compositor da música, além de Blackmore) disse desconhecer a origem do termo até o lançamento do disco. Alguns anos mais tarde, Moorcock colaborou com Blue Öyster Cult para escrever "Black Blade", uma canção sobre a espada Stormbringer.
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