sábado, 31 de agosto de 2013

Iron Maiden - Pop Rock Concert (83) - World Piece Tour


Simples, direto, enérgico e brutal. Esses são os adjetivos desse show.
Um Iron Maiden que poucos conhecem, sem muita cerimônia, executando música após música sem longas apresentações ou enfandonhas rasgação de seda para o público. Uma banda que mostra integralmente o que melhor sabe fazer, música e não discursos.
Imagine então ver isso na TV ?

Veja abaixo:



Isso foi filmado em Dortmund na Alemanha, o programa é Pop Rock in Concert.
Isso aqui passava na TV Alemã em 83 ... Havia especiais de 30 minutos com Judas Priest, Scorpions, Ozzy Osbourne , Quiet Riot e Def Leppard ...
E DEPOIS PERGUNTAM POR QUE A GALERA PULAVA O MURO DE BERLIM!!!!!
Bem, a banda já inicia o show com Sanctuary, começar de forma mais simples e direta que isso é praticamente impossível. Nada de introduções, sem cartão de visitas, os riffs da música já se fazem presente e em poucos segundos o público delira, já sabendo que haverá uma catárse a cada música.
O show segue com 3 músicas do então novo disco, Piece of Mind. A primeira delas é The Trooper, empolgante como sempre. Em seguida vem a belíssima Revelations, com Bruce segurando uma guitarra (sabe-se lá por que, ele nem toca). Depois vem Flight of Icarus, um exemplo magnifíco de combinação dialética entre peso e melodia.
O show segue com 22 Acacia Avenue, uma das melhores músicas já composta pela banda e na minha opnião a melhor canção do disco The Number of the Beast.
Por falar de The Number of the Beast, a polêmica música é tocada em seguida, com uma incrível impressionante onde todas as luzes são apagadas, e aparece a figura da morte em cima do palco, com uma fumaça de gelo seco subindo pelo seu manto negro, uma imagem incrível (sério, realmente incrível). A música é tocada com uma energia incrível, contando com caras e bocas de Bruce Dickinson e peripécias combinadas como Dave Murray subindo em seus ombros e caminhando pelo palco enquanto Adrian Smith faz seu solo e Steve Harris agride seus dedos violentamente no baixo.
A última música tocada é Run to the Hills, empolgante desde o começo com a levada de bateria.
No final Nicko McBrain recebe o espírito de Keith Moon e arrebenta com a própria bateria (Bruce Dickinson dá uma mãozinha) e, tomados agora pelo espírito do Bozo, todos levam uma tortada na cara.

Repertório:

Sanctuary
The Trooper
Revelations
Flight of Icarus
22 Acacia Avenue
The Number of the Beast
Run to the Hills

Fotos:












domingo, 11 de agosto de 2013

British Standard Approved, Demon e a Síndrome de Underground

Aproveitando as resenhas de discos individuais que tenho feito, aproveitarei esse para tecer algumas críticas ao elogio desmedido as bandas menos conhecidas do Heavy Metal em detrimento de ferrenhas críticas a outras que supostamente só ficaram conhecidas por terem se dado bem com as gravadoras famosas e só pensam em dinheiro.
Bruce Dickinson, nadando em
dinheiro
Sim, falarei um pouco da síndrome de underground, algo tão comum nesse meio.
Chega de vocativos, todos conhecem a New Wave of British Heavy Metal e sabem como ninguém quem é que encabeçou esse movimento, o Iron Maiden. No entanto, há quem diga que a banda ofuscou o brilho de outras bandas melhores pelo contrato com a poderosa EMI. Conheço pessoas que digam que TODAS as outras bandas ofuscada pela Donzela são melhores e mais sinceras. Bandas como Demon, uma importante banda movimento, conhecida por flertar bastante com o Rock Progressivo. Por falar em "British", falaremos um pouco do British Standard Approved, um disco lançado em 1984, ano em que o "comercial" Iron Maiden lançava seu Powerslave e ganhava projeção de ultra-banda com a World Slavery Tour.

Analisemos o British Standard Approved da banda Demon, analizarei outros discos.

Capa do disco British Standard Approved do Demon
Isso lembra um disco de Heavy Metal ?

Ao ouvir a primeira vez o British Standard Approved, eu senti que estava escutando um disco do Pink Floyd, uma versão Pop do Pink Floyd. Ser uma banda de Heavy Metal e flertar com outros estilos de forma tão evidente é sempre um perigo, a chance do seu público original não gostar é grande e com Demon a coisa não foi diferente, o disco foi um fracasso de vendas.
Alias, eu disse "flertar" ? Esquece. Aqui nesse disco basicamente não há flerte algum, o que existe é uma completa transfiguração. A banda simplesmente esquece completamente do estilo que a consagrou e você ainda reclama de Metallica e Iron Maiden ?

Sério, vocês acham que "Enter Sandman" ou "Fear of the Dark" músicas que transgridam tanto o "verdadeiro" Heavy Metal ? Que o bom mesmo é ir a fundo em músicos que lutaram bravamente no mercado fonográfico marginal e nunca ficaram conhecidos por serem fiéis, tanto aos fãs quanto ao gênero ?
Acham mesmo que eles nunca tentaram ? HAHAHAHA!

Se você tiver procurando Heavy Metal, esquece desse disco. Talvez ele agrade mais quem é fã de Dire Straits ou Pink Floyd e olhe lá, eu gosto tanto de Dire Straits e Pink Floyd e simplesmente odiei o disco.
O tempo todo a banda tenta criar uma atmosfera progressiva e fracassa miseravelmente a todo momento, criando únicamente uma atmosfera de tédio.
First Class não tem nada que lembre Heavy Metal. Uma música que começa com sons de diálogos e um teclado criando um ambiente para entrar outros instrumentos que irão acompanhar a linha melódica que seguirá de forma padrão o disco inteiro.
Silencioso, repetitivo, chato. Esse padrão se repete em Cold in the Air, Touching the Ice, Second Stage, Proxima (esse é o nome da música e ao mesmo a minha vontade de passar para outra faixa, genial).
Talvez em The Link part I e II por ter "certa" distorção e um vocal mais agressivo, é o máximo de peso e pegada que você irá encontrar aqui nesse disco. Nas próximas faixas você pode pegar o travesseiro e dormir novamente, foi alarme falso, o disco não vai melhorar.
New Ground é a maior música do disco, com seus 6:22, e talvez a pior por causa disso. Outra música em que o Heavy Metal mandou um abraço, uma bateria repetitiva e um intenso e atmosférico uso de teclado, sem solos, sem variações, sem absolutamente nada. From the Outside tem uma introdução de guitarra bonitinha (é o único momento bom do disco) e segue com violões e teclado (sim, novamente, você vai ouví-lo muito nesse disco, se não gosta e quer conhecer o disco mesmo assim, prepare-se). Wonderland é uma música bem próxima das faixas comerciais da época, animadinha e cheias de sintetizadores, um synth-pop sem tirar nem por.
Hemispheres parece ter saído do disco The Wall ou Final Cut do Pink Floyd, com um leve fundo feito pelo teclado dando ênfase para melodia vocal interpretada.

Resumindo, a banda tentou ganhar um público com um som comercial. Pelo fato deles terem fechado com a minúscula gravadora "Spaced Out Music" (que nem site tem) não muda a realidade.
Alias, é bem comum você encontrar pequenas bandas com uma enorme ênfase comercial exacerbada, para ascender rápido e emplacar algum hit. Não faço uma condenação moral disso, cada um está tentando ganhar o seu, colocar pão na mesa e coisa e tal. Mas não entre nessa religião do "anti-mainstreen" achando que tudo que se faz está livre e desimpedido dessa influência. Alias, melhor, pare de ser bitolado, há coisas comerciais ótimas! E, na minha opinião, British Standard Approved não é dessas.

Abaixo a música "From the Outside", aquela com a intro de guitarra bonitinha:



Se não tiver funcionando o link, deixe o seu comentário avisando.